Os dias que antecederam o Exame Chunin foram marcados por uma agitação crescente em Konoha. Genin de diversas vilas começaram a chegar, trazendo consigo uma aura de competição e expectativa. Naruto, juntamente com Sasuke, Sakura e um curioso Inari, observava a chegada dos forasteiros com interesse. Artinos, agora em sua forma de Artinos, geralmente pairava perto de Naruto, observando tudo com seus olhos penetrantes.
Em meio à multidão de recém-chegados, um trio em particular chamou a atenção. Um garoto de cabelos vermelhos intensos e olhos verde-água vazios, carregando uma enorme cabaça nas costas, exalava uma aura de perigo silencioso. Ao seu lado, um jovem com pinturas faciais roxas e um boneco peculiar nas costas parecia nervoso, enquanto uma garota com um leque gigante e um olhar astuto completava o grupo. Eram Gaara do Deserto, Kankuro e Temari, os temidos irmãos da Areia de Sunagakure.
A presença deles era inegável, e a tensão parecia aumentar nos arredores por onde passavam. Naruto sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao cruzar o olhar com Gaara. Havia algo naquele olhar vazio, naquela aura de poder contido, que o deixava inquieto.
Enquanto a equipe 7 e Inari observavam os irmãos da Areia, uma figura solitária, vestindo um capuz que obscurecia seu rosto, chegou à vila. Essa pessoa mantinha-se à margem, observando os outros Genin com um olhar distante. Havia algo familiar em sua postura, algo que fez Naruto franzir a testa, tentando se lembrar de onde poderia ter visto aquela silhueta antes.
No dia da inscrição para o Exame Chunin, a equipe 7 se dirigiu à Academia Ninja, acompanhada por um animado Inari e um observador Artinos. A atmosfera lá dentro era ainda mais carregada, com inúmeros Genin de diferentes vilas reunidos, cada um avaliando seus potenciais rivais.
Enquanto procuravam a sala de inscrição, Naruto avistou novamente a figura encapuzada, sentada sozinha em um canto, observando o movimento com seus olhos ocultos. Por um breve instante, o capuz se moveu ligeiramente, revelando uma mecha de cabelo vermelho vivo.
O coração de Naruto deu um salto. A cor do cabelo... era a mesma de sua mãe. Uma onda de emoção e confusão o atingiu. Ele nunca conheceu seus pais, e as informações sobre eles sempre foram escassas. Poderia ser...?
Impulsionado por uma curiosidade irresistível, Naruto se afastou de seus companheiros e se aproximou da figura encapuzada. Quanto mais perto chegava, mais forte ficava a sensação familiar, uma estranha ressonância em seu chakra.
"Ei," Naruto disse, sua voz um pouco hesitante. "Você... você é novo por aqui?"
A figura encapuzada levantou a cabeça lentamente. O capuz caiu para trás, revelando um rosto pálido e andrógino, com olhos violeta profundos e... marcas de bigodes sutis nas bochechas, muito semelhantes às suas. O cabelo era um vermelho vibrante, em um tom ligeiramente diferente do seu, mas inegavelmente vermelho.
O Genin encapuzado olhou para Naruto com uma intensidade surpreendente, seus olhos violeta parecendo perscrutar sua alma. Um silêncio carregado se instalou entre eles.
Finalmente, a figura falou, sua voz suave e ligeiramente rouca. "Meu nome é Nagato. E sim, sou novo por aqui."
Naruto sentiu um choque percorrer seu corpo. Nagato... o cabelo... as marcas... havia uma semelhança inegável. Poderia ser uma coincidência? Ou ele estava olhando para um parente desconhecido, talvez um irmão ou primo distante da linhagem Uzumaki?
Antes que Naruto pudesse formular outra pergunta, Sasuke e Sakura se aproximaram, preocupados com seu afastamento.
"Naruto, o que você está fazendo?" Sasuke perguntou, seu olhar avaliando o recém-chegado.
"Quem é você?" Sakura adicionou, sua curiosidade despertada pela aura misteriosa de Nagato.
Nagato desviou o olhar por um instante para Sasuke e Sakura, antes de voltar seus olhos penetrantes para Naruto. "Talvez... tenhamos muito a conversar, Uzumaki Naruto."
A chegada dos irmãos da Areia havia lançado uma sombra de ameaça sobre o Exame Chunin, mas para Naruto, o encontro inesperado com Nagato abria uma nova e intrigante possibilidade, um vislumbre de um passado familiar há muito perdido. O exame mal havia começado, e segredos de linhagem e conexões inesperadas já começavam a se desenrolar. Artinos, pairando silenciosamente acima deles, parecia observar a interação com uma sabedoria além de seus poucos dias de existência.