– Acha que o Connor vai conseguir convencer todos? – perguntou Mav enquanto comia um sanduíche que tinha feito na cozinha.
– Ele é o melhor pra converter outras pessoas, a jeito dele, o ar de confiabilidade e o fato dele próprio já ter lidado com os goblins na última expedição dão maior credibilidade ao que ele fala que qualquer fala mansa de mercador. – Anna respondeu.
– Porque sinto que com você dizendo isso, parece que você só tá usando ele pra conseguir alguma coisa? – Mav perguntou, levemente irritado com o jeito que a amiga mais nova descreveu seu outro amigo.
Isso rendeu um olhar magoado de Anna, por que ele tinha razão, ela estava mesmo usando o amigo pra conseguir o apoio dos outros grupos pra lançar o ataque contra a vila dos goblins. Mas que fique claro que ela só estava fazendo isso pensei a melhor opção dessa vez, se houvesse outra ela escolheria.
– Não tem muito oque eu poderia fazer, mesmo que eu fosse totalmente honesta e implorasse a ajuda deles as chances deles aceitarem ainda não melhoraria. E precisamos conseguir vencer os goblins para passar para o próximo nível.
Anna disse tanto com remorso quanto culpa e uma convicção naquilo que disse ao ponto de assistir um pouco os demais a mesa.
– Isso tem me intrigado já tem um tempo, por que você quer tanto que nos avançemos para o próximo nível? – Perguntou Mav taciturno como sempre, mas o olhar severo era totalmente arruinado com o molho de frutas espalhado na boca.
– Serio como você consegue ser tão meticuloso com tudo exceto com o jeito de comer? – Cali disse usando um guardanapo pra limpar a boca de Max.
Óbvio que Mav zoou os dois e levou uma cotovelada dupla nas costelas, e só não levou mais dano graças a sua defesa que já estava no em mais de 30 desde que tinha chegado ao nível 14 ontem mesmo.
Mav: 'Mas ainda doi!!! Esses miseráveis tinham que coloca 45 em força?!!!'
Vendo que os amigos ainda eram os mesmos Anna ficou mais aliviada e se recompôs do pequeno conflito que tem estado na mente dele aja tem 1 semana. Pensando tanto comomuma mercadora quanto como amiga, ela pensou os prós e contra de contar o por que ela queria, não precisava, conseguir chegar até o proximo nível rápido.
– Vocês conhecem o Barão Calizio certo?
– Óbvio, ele é o nobre responsável direto da aldeia e da cidade como iríamos não conhecer? – respondeu Max, tomando um gole do suco de frutas azuis que tinham conseguido da Provação.
– Então sabem dos rumores que cercam ele não é?.
– Quais, que ele é um sádico maníaco que caça os empregados por esporte? Ou que ele supostamente já teria matado o tio quando criança e roubado algum tipo de segredo de família que garantiu a ele a posição que tem agora? Ou alguma das várias dezenas ou centenas de história dele sendo basicamente um bosta pra qualquer um além dele e os parceiros que enchem os bolsos dele? – Cali respondeu tudo em um único fôlego e um olhar de raiva quase bestial.
– Todas as opções. Um desses "parceiros" que enche os bolsos dele é um velho conhecido da minha família.
Isso fez com que os demais parassem de comer e olhassem para a mais jovem com um espanto silencioso.
– Antes que perguntem, não, ele não é um conhecido amigável. É melhor chamar de concorrente ferrenho de entrega de produtos mais diferentes e exóticos... do lado dele produtos mais... questionáveis.
Isso rendeu um suspiro coletivo de alívio. Tem um ditado no reino em que eles vivem um jeito fácil de definir ser você era alguém de confiança ou não era se você tinha alguma conexão com o Barão Calizio. Se sim você provalemente teria no mínimo um negócio menos... palatável, se não você já seria a prova de que teria mais consciência e menos desejo de dinheiro rápido e sujo.
O fato de um dos homens plebeus mais ricos e respeitado pudesse ter alguma conexão com alguém assim era no mínimo preocupante para os amigos da filha dele.
– Por favor continue. – Max pediu voltando a se lambuzar com o segundo sanduíche, rendendo um revirar de olhos de Cali e um sorriso de canto de Mav vendo os dois.
– Esse velho conhecido tem feito vários trabalhos para o Barão oque rendeu a ele um certo controle sobre o fluxo de bens em algumas partes do território. A um tempo atrás ele tentou fazer um esquema que poderia por em risco a vida de várias vilas menores, esquema esse eu meu pai e os amigos conseguiram frustrar. – ela disse parando um pouco para tomar um pouco do suco vermelho.
– Obviamente ele não gostou nada disso, e garantirunque daria um jeito de retribuir o favor. Desde que os bens da Provação começaram a se tornar um pouco mais "fáceis de obter" meu pai e os mascates conseguiram garantir um monopólio provisório da maioria deles. Mas agora com esse qvkrabu* no controle das rotas as coisas ficaram mais difíceis de escoar os bens para outros lugares.
Ela tomou outro fôlego enquanto os outros ouviam, nem mesmo Max comia o sanduíche agora.
– As caravanas da minha família ainda conseguem transitar sem muita dificuldade pela permissão do Marechal, isso é outra história que talvez eu conte depois. Já os mascates independentes que formam pequenas caravanas são geralmente parados, revistados e frequentemente tem algum bem sendo "confiscado" isso quando não sao presos por motivos totalmente irreais ou mesmo mortos, como já aconteceu com 4.
– Entai o Barão deixou esse qvkrabu no controle parcial das rotas de comércio e também de uma parte do exército partilhar pra poder atormentar a sua família. Ok entendemos, mas oque isso tem a ver com ir para o segundo nível da Provação? – Mac disse.
Anna acentiu e continuou.
– Semana passada durante uma dessas inspeções na caravana da minha família um dos guardas afirmou ter achado um item particularmente perigoso. Que poderia causar um grande dano se não fosse usado com cuidado, tendo como apoio a verificação de um mago da Ordem dos Mantos Anil, a mesma ordem que tinha ajudado na expedição. Obviamente não passava de uma manobra daquelentolador de lama maldito, mas não tendo provas e eles com o testemunho de um mago as coisas ficaram ruins. – Anna disse lembrando dos gritos que ouviu vindo do escritório do pai, isso sendo que estava quase do outro lado da casa.
– Armação ou não isso deu ao Barão a desculpa que ele queria, ele então impos uma multa pesada encima da minha família, basicamente retirando o controle que temos sobre a Provação e proibindo que vendessemos qualquer produto retirado dela no territorio.
– E deixa eu adivinhar, passando os direitos para esse qvkrabu bem como qualquer tipo de estrutura que sua família já tivesse montado para ajudar no transporte dos bens, acertei? – Cali disse batucando o dedo na mesa.
– Basicamente, meu pai apostou praticamente todas as fichas nos produtos da Provação e os lucros foram bem substâncias por isso ele não pode perder esse controle, então fizemos um acordo.
– Por que sinto que não vou gostar do que vai sair da sua boca. – Mav disse apoiando a cabeça no topo da cadeira.
– Com a descoberta sobre os goblins e a possível entrada para o próximo nível meu pai fez uma proposta. Se conseguirmos ser os primeiros a chegar lá e estabelecer um controle forme igual na floresta e permitir garantir um caminho seguro para as forças do barão e da ordem para lá, toda a confusão seria esquecida e nos ainda materiamos o controle, mas sob a "supervisão" de um enviado pelo Barão.
– Não parece um acordo muito bom, na verdade vocês tecnicamente sairiam perdendo não? – Mav perguntou.
– Ainda é melhor que a alternativa.
– Que seria?
– Além de perdermos o controle sobre os produtos e a própria Provação (comercialmente falando), todo nosso patrimônio seria confiscado, todo contrato que teríamos seria revogado (seje de negócios ou pagamento de subordinados e empregados pessoais) além dessa multa poder ser, e provalemente seria, repassada integralmente para "qualquer participante ilegal do perigoso esquema criado pela casa mercadora Halbelles".
Cali e Max sugaram o ar com força o suficiente para fazê-los similar, enquanto Mav.
– Hããããã... pode repetir a última parte?
Anna bateu com a mão na testa, Cali deu para ele um olhar morto e Max só encarou o irmão e explicou.
– Isso quer dizer que o valor total da multa seria repassado pra qualquer um que estivesse fornecendo os bens da Provação para a família da Anna, isso incluiria nos, as pessoas da aldeia do Connor e os mascates que estiveram ajudando desde o início.
– Oh ok agora entendi.... E por curiosidade, de quanto seria a multa?
– 100.000 moedas de ouro grande.
* Qvkrabu: uma das criaturas desse mundo, em aparência lembra uma mistura de gambá com urubu. Carniceiro e ataca pequenos animais, tambem pode atacar bebes e crianças desprotegidas.