Ryouma estava imerso em um mar de pensamentos turbulentos. O poder que ele agora carregava dentro de si era incomparável, mas a magnitude dessa força ainda o deixava desconcertado. Ao tocar o monólito, ele havia transcendido sua própria humanidade, alcançado uma forma de existência que desafiava qualquer entendimento comum. Mas o que ele deveria fazer com tudo isso? A resposta não vinha facilmente. Ele sabia que estava sendo observado, que sua decisão não afetaria apenas a sua vida, mas também o destino de tudo o que existia ao seu redor.
Ele se encontrava diante de uma bifurcação difícil, e ao olhar para o horizonte, o vazio parecia chamá-lo, sussurrando promessas de poder e controle, mas também de destruição. Ele sentia os ecos de algo primordial dentro dele, uma força imensa que lhe dava uma sensação de controle, mas também um medo profundo de perder-se em sua própria jornada. O Nexus Primordial não era algo que poderia ser utilizado de forma impensada. Ele havia sido advertido de que esse poder tinha um custo, um preço a ser pago.
Enquanto sua mente trabalhava para processar a magnitude de sua transformação, ele sentiu uma presença ao seu lado. Uma mulher com os olhos brilhando como estrelas apareceu diante dele, tão etérea quanto as próprias constelações, sua figura irradiava uma aura de poder e sabedoria. Ela o observava com uma intensidade que parecia ir além do físico.
— "Você está pronto para o próximo passo?" — a mulher perguntou, sua voz suave, mas cheia de autoridade. Sua presença era tão dominante que parecia sufocar qualquer dúvida que Ryouma pudesse ter.
Ele a encarou, sentindo que ela estava ciente de seus conflitos internos. Ele sabia que ela não era uma simples guia. Ela era um reflexo das escolhas que ele teria que fazer, um símbolo de tudo o que estava prestes a acontecer. Ela era a porta para o futuro, mas também a chave para o abismo.
— "Não sei se estou pronto", Ryouma respondeu, sua voz hesitante. "Eu… eu fui consumido por esse poder, mas não sei o que fazer com ele. Não sei como controlar isso, ou até mesmo se devo tentar."
A mulher sorriu levemente, um sorriso que parecia conter séculos de sabedoria.
— "O poder que você carrega não é algo que você controla. Você não é o mestre dele, Ryouma, você é a ponte através da qual ele se manifesta. A verdadeira questão é: você está preparado para aceitar o que isso significa?"
Ryouma ficou em silêncio por um longo momento, olhando para o vazio diante dele. Ele sentia o peso da pergunta em seu peito, como uma espada afiada pronta para cortar sua alma. O que ele estava disposto a sacrificar para alcançar o que o Nexus prometia?
O silêncio foi interrompido pela mulher, que agora caminhava ao redor dele, como se estudando suas reações.
— "Não há retorno, Ryouma. Uma vez que você cruza essa linha, não há mais como voltar atrás. O que você conquistou pode ser perdido, mas o que você destruir pode nunca mais ser reparado."
Essas palavras cortaram Ryouma como lâminas afiadas. Ele não queria ser um destruidor. Mas ao mesmo tempo, ele sabia que o poder que possuía agora não era algo que ele poderia simplesmente ignorar. O mundo ao seu redor estava em um estado de equilíbrio instável, e sua presença nele, agora que ele tinha se tornado um ser de tal magnitude, mudaria para sempre esse equilíbrio.
— "E o que você quer de mim?" — Ryouma perguntou, a dúvida em sua voz dando lugar à determinação. "Você apareceu diante de mim por um motivo. Não estou aqui para ser apenas um espectador do meu próprio destino. Diga-me o que está em jogo."
A mulher olhou para ele com um sorriso triste, como se soubesse o quão difícil seria o que ele teria que fazer. Ela se aproximou mais, até que ficou a poucos metros dele, suas palavras se tornando mais suaves, mas igualmente carregadas de peso.
— "Eu não posso dizer o que você deve fazer. Não posso traçar seu caminho, Ryouma. Mas posso lhe mostrar o que está à frente de você. Você deve escolher. O poder que você busca pode salvar ou destruir, pode criar ou desintegrar. Você será o juiz do que acontece a seguir."
Ela estendeu a mão para ele, e Ryouma sentiu uma onda de poder invadir sua essência. Era o mesmo poder que ele havia tocado no monólito, mas agora ele o sentia de uma forma mais clara, mais pura. Ele podia sentir a energia fluindo através de seu corpo, uma força que era ao mesmo tempo familiar e alienígena.
— "O Nexus Primordial o escolheu, mas a escolha não é sua. O que você faz com esse poder, com o que foi dado a você, é o que determinará o curso de seu destino. Você pode usá-lo para moldar um novo mundo, ou para destruir tudo o que existe."
Ryouma sentiu um calafrio percorrer sua espinha. O peso da responsabilidade o esmagava. Ele sabia que a decisão que tomaria agora não seria fácil. Ele estava prestes a mudar tudo. Sua vida, sua missão, tudo estava em risco. Mas ele não podia ficar parado, sem fazer nada.
Ele olhou para a mulher, sua mente agora clareando. Ele não seria um espectador de sua própria história. Ele tomaria as rédeas do seu destino.
— "O que eu preciso fazer?" — perguntou ele, sua voz firme.
A mulher fez um gesto amplo, como se estivesse convidando-o a ver o que estava além da escuridão que os cercava.
— "Você deve encontrar o Coração do Mundo, onde a verdadeira essência do Nexus Primordial reside. Lá, você tomará a última decisão. Se você conseguir atravessar o Abismo da Desilusão, será capaz de tomar o poder para si, de modo que possa moldar o futuro. Se falhar, no entanto, a escuridão tomará conta de tudo."
Ryouma sentiu seu coração acelerar. O Coração do Mundo. O Abismo da Desilusão. As palavras ecoaram em sua mente, e ele sabia que seu caminho estava prestes a se tornar ainda mais difícil. Ele não poderia hesitar. Ele precisava avançar, não importa o que o aguardava. A mulher sorriu, como se soubesse que sua escolha já estava feita.
— "A jornada será longa e cheia de desafios. Mas, Ryouma, lembre-se: o poder que você possui agora pode salvar ou destruir. O que acontecerá, no fim, depende de como você escolhe usá-lo."
Com essas palavras, a mulher desapareceu, e Ryouma se viu novamente diante do vazio. Mas agora, ele não estava mais perdido. Ele sabia o que precisava fazer.
Ele respirou fundo e se preparou para o que estava por vir. A viagem até o Coração do Mundo começaria agora, e ele sabia que seria o teste definitivo. A verdadeira batalha para determinar seu destino estava apenas começando.