Ryouma emergiu das ruínas do Templo do Lamento, a mente atordoada pela carga de conhecimento que agora pesava sobre seus ombros. O fragmento do Arquivo Proibido queimava em suas mãos, como se estivesse pulsando com uma energia ancestral, fria e implacável. Ele sabia que a missão estava longe de terminar. Havia mais à frente, e o verdadeiro desafio estava por vir.
O céu acima era um turbilhão de cores, misturando tons de púrpura e negro como se o próprio mundo estivesse se corroendo. O peso da atmosfera parecia se concentrar em seu peito, tornando cada respiração um esforço. Mas Ryouma não era mais o mesmo. Ele sentia em seus ossos que algo havia mudado, que as correntes do destino estavam sendo remodeladas por suas escolhas.
Com cada passo que dava, as pedras sob seus pés estalavam, como se a terra estivesse reagindo à sua presença. O vento sibilava ao redor, trazendo consigo os sussurros de um passado distante, lembranças que deveriam ter sido esquecidas.
[Missão Atual: Destruir as Correntes do Rei Quebrado. Recompensa: Fragmento Final do Arquivo Proibido – O Coração da Alma Destruída.]
As palavras da missão reverberaram em sua mente. Destruir as correntes do Rei Quebrado. Ele já sabia o que isso significava, ou pelo menos, achava que sabia. Mas a sensação de que algo muito maior estava em jogo o inquietava.
O caminho à frente parecia incerto, e o fragmento em suas mãos só aumentava a pressão. O Arquivo Proibido não era apenas um conjunto de conhecimentos perdidos; era um pacto com forças além da compreensão humana, forças que podiam destruir ou restaurar o equilíbrio do mundo.
Ryouma avançou para as Planícies de Linzhong, onde a batalha espiritual estava prestes a começar. A energia do lugar estava em ebulição, e ele podia sentir o campo de batalha se formando, como se o espaço e o tempo estivessem sendo distorcidos pela aproximação de um poder desconhecido.
À distância, ele avistou uma figura familiar. Tang San. O discípulo da Seita Tang estava em pé sobre uma rocha, seu corpo em uma postura que refletia tanto a confiança quanto a cautela. Seus olhos, intensos e impenetráveis, estavam fixos em Ryouma. O martelo de Tang San estava oculto, mas Ryouma sabia que não demoraria muito para que a verdade fosse revelada.
Ryouma parou, observando Tang San por um momento. O ar ao redor deles parecia pesado, como se a tensão entre os dois fosse capaz de dobrar a própria realidade.
— O que você está fazendo aqui? — perguntou Tang San, sua voz baixa, mas cheia de significado.
Ryouma não respondeu imediatamente. Ele sentiu o peso da pergunta, mas mais ainda, sentiu o olhar de Tang San, como se o jovem estivesse tentando decifrar seu propósito. O desafio estava claro: Tang San sabia que Ryouma não era como os outros discípulos da Seita.
— Treinando. Aprendendo, talvez. — Ryouma respondeu finalmente, com um sorriso enigmático. Ele não tinha mais intenção de esconder sua natureza. Não agora.
Tang San observou-o com atenção, os olhos escuros e profundos refletindo algo mais do que uma simples avaliação. Havia algo em sua expressão que sugeria que ele já sabia mais do que deveria sobre Ryouma. A dúvida se misturava à desconfiança. Ele sabia que algo estava prestes a acontecer.
Ryouma sentiu o ar ao redor deles vibrar, como se uma força invisível estivesse se concentrando no ponto de encontro entre os dois. Mas antes que a conversa pudesse continuar, o chão começou a tremer levemente. A terra sob seus pés estalou, e uma sombra sinistra se ergueu diante deles.
A figura apareceu repentinamente, uma presença envolta em escuridão. Seus traços eram indistintos, cobertos por um capuz que ocultava sua identidade. Mas a sensação de poder era palpável, e Ryouma percebeu que aquela não era uma presença comum.
— Finalmente, vocês chegaram. — A voz da figura era suave, mas carregada de uma autoridade antiga. Cada palavra parecia pesar no ar, como se viesse de um lugar distante e esquecido.
Tang San deu um passo para trás, seus olhos atentos à nova figura. Ryouma não se moveu. Ele sabia que a batalha que estava por vir não seria entre ele e Tang San, mas sim contra algo muito mais perigoso. Algo que havia permanecido nas sombras, aguardando o momento certo para surgir.
— Quem é você? — Ryouma perguntou, sua voz firme, sem medo. Ele sentia que o momento de descobrir as respostas estava mais próximo do que nunca.
A figura sorriu por baixo do capuz, sua boca curvando-se para cima como se soubesse algo que os outros não sabiam. Era um sorriso enigmático, repleto de mistério e de um poder que Ryouma mal conseguia compreender.
— Eu sou a Voz das Sombras. — disse a figura, sua voz baixa, mas cheia de significado. — O que vocês estão prestes a enfrentar não é algo simples. A chave para o seu destino, Ryouma, está dentro de você, assim como a verdade por trás do Rei Quebrado.
Ryouma franziu a testa. O Rei Quebrado. Ele já havia ouvido esse nome antes, mas nunca de forma tão pessoal. Algo nele, dentro de seu ser, sentia que essa figura era crucial para o entendimento do que estava prestes a acontecer.
Tang San olhou rapidamente para Ryouma, mas não disse nada. Ele sabia que o confronto não seria apenas físico. Havia algo mais em jogo aqui, algo que transcendeu o combate direto.
— O que significa ser o Rei Quebrado? — Ryouma perguntou, seus olhos penetrando na figura encapuzada. Ele não estava mais disposto a hesitar.
A Voz das Sombras soltou uma risada baixa, como se achasse tudo uma grande ironia.
— Você já tem as respostas dentro de si, mas ainda não as entendeu completamente. O Rei Quebrado é uma lenda, uma história contada através das gerações. Mas agora, você precisa fazer sua escolha. Destrua as correntes que o prendem ou sucumba ao poder do que está sendo despertado.
Ryouma sentiu a pressão aumentar, como se o mundo inteiro estivesse observando. O Sistema, a conexão com os fragmentos do Arquivo Proibido, as habilidades adquiridas — tudo estava se alinhando de uma forma que ele não compreendia completamente.
[Alerta: Potencial de Confronto Imediato com Entidade Desconhecida. Preparar para Batalha de Alto Risco.]
Ryouma sabia que a batalha estava prestes a começar, mas não sabia em que direção ela tomaria. O que ele faria a seguir definiria não apenas seu destino, mas também o futuro do mundo ao seu redor. E ele estava pronto para enfrentar o desconhecido, com tudo o que tivesse ao seu alcance.
O campo de batalha se preparava para um confronto que abalaria os alicerces da realidade.